Arquivo do mês: abril 2010

Tudo é Arte?


"Turbilhão de Amor", de Mike Nedo.

O Anticristo da Arte

Em janeiro de 2003, o Museu Guggenheim de Arte Contemporânea de Bilbao, localizado no norte da Espanha, exibiu  uma pintura  sobre madeira  bregamente intitulada  “Turbilhão de Amor”.   Junto à obra um cartão com a identificação do autor: “Mike Nedo, nascido em Nairobi em 1954, tela de 1978”.  Ainda, uma placa afirmando que a tela era um presente de um tal de Annika Barbango para o Museu Guggenheim de Nova Iorque.  A obra mostrava  um coração vermelho se esvaindo em espiral e permaneceu na Sala  Pez por horas.

Até que alguém se deu conta de que havia na sala mais telas do que informava o catálogo.  E logo a verdade veio à tona: tratava-se de um engodo.

Sua divulgação correria o mundo. Em pouco tempo, todos saberiam que o artista Mike Nedo não existia. A tela havia sido pintada por um anônimo que a concluíra em poucos minutos, da pior forma possível.

À moda dos grupos terroristas que se responsabilizam por atentados, apresentou-se um grupo chamado  “Coletivo de Artes Mike Nedo”. Em vídeo, um homem usando máscara e gorro, informou que dois dos membros do grupo haviam entrado no museu  e fixado a tela sem que qualquer alarme de segurança fosse acionado.  O objetivo? Apresentar um “quadro-lixo”  para contestar a arte contemporânea  e seu valor, além das instituições como o Guggenheim.

“Mike Nedo quer demonstrar duas coisas. Uma, que qualquer um pode ser um grande artista. Dois, que qualquer coisa em arte pode ser importante se difundida da forma adequada”, afirmaram os ativistas, que intitulavam seu grupo, segundo Jean-François Mattei”

MATTEI, Jean-François. A arte da insignificância. Disponível em: http://w3.ufsm.br/revistaletras/artigos_r28_29/01_matie.pdf.

Chapéu desenhado por Gehry

A cantora passa a sensação que vive de imagem, a ânsia de causar impactos aos olhos de quem vê. Um mercado fútil, e ela estetiza esse vazio.

Seu maior medo deve ser quando sua criatividade parar de transbordar, porque se assim for perderá uma gama de público. Por isso, Gaga trabalhe sua imagem 24h por dia, se não já era!

Quem não perde criatividade é o renomado arquiteto Frank Gehry, que nas fotos abaixo mostra o design de um chapéu desenhado por ele.

Qualquer semelhança é mera coincidência

croqui de Gehry

“I don’t do brushes, I can’t paint…i just play with Knives”

Mark Evans abre seu site com essa frase, mostrando um portfólio feito por ele de reproduções minuciosas feitas com facas em couro.

Batalha de Branchage

Por Seeper

Estruturas e Sistemas Construtivos:Ponte Estaiada da Normândia

Resumo

Na ponte da Normândia, situada na França, na foz do rio Sena entre Honfleur e Le Havre, há um grande avanço tecnológico para as construções de pontes estaiadas. Finalizada obra em 1995 com seu vão livre central de 856m, superou na época o maior vão já construído.

Introdução

Quando se fala em pontes, logo vem à cabeça algo que de certa forma ligue um ponto a outro através de uma estrutura sendo, de aço, concreto, entre tantos outros materiais. Seja ela pra desafogar o transito, sobre um rio, ou até mesmo oceano. Alguns pontos não são tão levamos em conta, pontos estes que vão além da simples função inicial dela, a função de vincular duas extremidades, e sim sua beleza que pode ser projetada, dando outro aspecto. A ponte da Normandia segue estes parâmetros, desafiando a física e a arte, podemos apreciar esta monumentalidade, que não apenas adere sua função crucial onde está implantada. Com seu vão central livre de 856m de extensão sobre o rio, podemos contemplar tal beleza, com seus estais agregado à grandes estacadas, temos a sensação de leveza e que o próprio tabuleiro esteja flutuando sobre as águas.

Pontes de Vigas Estaiadas

Pontes de vigas estaiadas apresentam um sistema de vigas principais ao nível do tabuleiro, apoiadas nos encontros e nos pilares, e de um sistema de cabos retos que partem dos acessos, passam sobre as torres, podendo ser uma ou duas e dirigem-se ao vão principal.

Cabos inclinados desse tipo foram usados em várias pontes antigas, em vãos que não ultrapassam os 121,90m. Não distante, as modernas pontes de vigas estaiadas tiveram um grande desenvolvimento.

Esse tipo de ponte é considerado econômico para vãos na faixa de 100 a 350m.

As pontes de vigas estaiadas podem ser comparadas com as pontes pênseis convencionais como estruturas pênseis, porém é melhor constar imediatamente que essa semelhança não é muito profunda. Os principais problemas em relação a projeto são diferentes para as duas estruturas. A baixa rigidez da ponte pênsil enrijecida traz o comportamento não-linear e à instabilidade aerodinâmica. Nenhum desses problemas é sério em pontes de vigas estaiadas. Mais importantes são a escolha da disposição e o projeto dos detalhes dos estais.

A imagem mostra quatro disposições para a viga estaiada.

Leque – uma série em que todos os cabos se encontram para um ponto no topo da torre.

Harpa – os cabos são dispostos em linhas paralelas.

Leque Modificado – tem as intersecções dos cabos parcialmente separadas nas torres e é intermediário entre o leque e a harpa.

Harpa com Ancoragem Externa – o tabuleiro pode ser apoiado em um pilar em cada ancoragem do cabo (estais) no lado do acesso. Continuar lendo

MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA

Introdução

Quando se fala em Brasil, logo vem à cabeça sensualidade, curvas, ondas de mar ou até mesmo a própria esfera do universo. Falando em Oscar Niemeyer nada se difere, um artista, poeta e arquiteto regional trata suas obras de arte e seus maiores desejos em minuciosos projetos arquitetônicos buscando técnicas inovadoras e resultando em formas livres e traços monumentais. Neste trabalho apresenta-se um panorama de uma das obras deste arquiteto, a passarela do Memorial da América Latina, que se encontra dentro de um conjunto de sete obras que enaltece a união de países da língua latina, tendo como símbolo a mão feita de concreto armado, onde se encontra o mapa do continente latino americano delimitado da cor sangue descendo ao punho. Esta estrutura não fugindo do conceito monumental, traz em si a curva quase que flutuante levando seus visitantes de um ponto ao outro. Analisando sua estrutura iremos verificar uma maneira diferenciada de se projetar este tipo de obra, onde por sua vez é utilizada uma espécie de ancora, vinda da fundação em armadura passiva, ao meio da passarela onde é enganchada, fazendo com que haja grandes vãos livres. É viável ressaltar as condições do solo e o respeito de certos princípios, tendo em vista suas características físicas e mecânicas como: a densidade, o ângulo de atrito interno e a coesão.

MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA

Em 1989, durante o governo Orestes Quércia, foi inaugurada em São Paulo uma obra monumental denominada “Memorial da América Latina”. Trata-se de um conjunto de sete obras dignas de figurar entre as mais notáveis em todo o mundo, servindo de pólo de união dos diversos países de língua latina, desde o México até a Argentina. A idealização da obra foi concebida ao artista plástico mais conhecido do Brasil, Arquiteto Oscar Niemeyer. A construção esteve ao cargo da Construtora Mendes Junior e o cálculo estrutural foi da PROMON – Engenharia, aos cuidados do Prof. Eng. José Carlos Sussekind.

Em 1990, logo após a inauguração, foi publicado pela “Empresa das Artes” um primoroso volume comemorativo, sem título, contendo artigos alusivos à obra, escritos por Orestes Quércia, Darcy Ribeiro, Eduardo Galeano, Fernando Morais e Gabriel Garcia Marquez. A obra contém, também uma descrição sumária do conjunto

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