Arquivo do mês: janeiro 2010

Decor

MM

Notion

Certo dia um amigo me pergunta:

– Hey, você não ouve mais músicas? Seu perfil no Last.fm está sem execução de músicas desde novembro.

“É necessário botar uma canção num player pra realmente poder contemplar a tal melodia? E o dia-a-dia? Nosso sensor capta diversos sons durante uma jornada numa metrópole.

Ao olhar para um ambiente com iluminação focal e aconchegante logo sinto uma sonoridade, um lounge pra ser mais específico.

Olhando pra faces, roupas, corpos… – assimilo a composições sonoras, afinal não é necessária uma canção explicita e direta pra que haja uma sensação que ela se encontra ali, contigo, aos seus ouvidos. É como se fosse numa noite, ao se levantar com sede e você não poder acender luzes pra não incomodar seus familiares. Você sabe todo o caminho a ser seguido, porém não possui a visão, e o tato é o bastante pra direcioná-lo ao seu objetivo.

Nossos sentidos trabalham conjuntamente. Nosso cérebro capta informações do nosso cotidiano e nos momentos de necessidade ele transmite esses dados.

Já ousou ouvir um cd pela primeira vez e dizer que ali se encontra as melhoras canções existentes? Acho pouco provável. A partir da terceira música seu cérebro já captou informações suficientes para aquele gênero sonoro, e a partir disto o máximo que você irá sentir são musicas repetitivas e a sensação que deu um repeat nas faixas.”

– Não tenho escutado musicas no computador.

“E olhei para a mesa da lanchonete e imaginei a textura sem ao menos tocá-la.

Pablo Reinoso

transforma objetos simples em obras que se impõe.

Luz na medida certa

A iluminação natural interfere em nosso relógio biológico. Dando-nos a sensação de fome, sono, hora de ir embora, etc.

Algumas pessoas não possuem esse contato com a luz do dia, saindo pra trabalhar de manhã, havendo contato artificial num ambiente o dia todo. Ao fim do expediente a luminosidade natural já se fora. E com o decorrer do tempo essa rotina tende-se tornar prejudicial à saúde.

Esse aspecto contemporâneo torna a iluminação uma das diretrizes essenciais na arquitetura.

Adotar uma cobertura transparente ou uma parede envidraçada significa trazer luz natural para o interior da casa, valorizando o espaço, aumentar a proximidade com o exterior e reduzir o gasto com iluminação artificial. Mas requer alguns cuidados de projeto que privilegiem a luminosidade e o conforto térmico, ou os moradores podem sofrer com ofuscamento de luz direta ou o efeito estufa (que é o aquecimento excessivo do ambiente e essa energia térmica não consegue sair).

A radiação solar se compõe de três formas: raios ultravioletas, a luz visível e o raio infravermelho. O ultravioleta é concentrado no nascer do sol, não apresenta nem calor e nem luz, é recomendado direcionar quartos a esta radiação por conter ação germicida e vitamina D, excelente para a pele humana, porém degrada objetos internos da casa e é necessário o contato direto com o interior, pois ele não penetra os vidros.

A luz visível garante claridade natural no ambiente, valorizando objetos. É recomendado num espaço de pouca permanência, como sala, onde pode ser projetado um espaço de foco para uma obra de arte, alguma escultura ou um mobiliário especial realçando suas formas e cores – seu excesso pode causar cansaço e deficiência visual.

Já o infravermelho é uma fonte de calor (não é perceptível ao olho humano). Ele penetra o vidro junto com a luz visível, aquecendo os objetos que por sua vez emitem o calor pra todo o ambiente, criando assim o efeito estufa. Exemplo dessa reação é o carro fechado exposto à radiação direta do sol.

Controlar essas três radiações implica escolher corretamente o material e a forma arquitetônica adotada, considerando as necessidades do ambiente e a incidência solar num determinado local. Quanto aos materiais, os mais utilizados em cobertura são o vidro laminado e o policarbonato com tratamento refletivo ou de retenção de infravermelho, para melhor desempenho térmico e controle da luz.